. . Um lembrete na clínica de casos difíceis (aqueles que balançam a esperança do analista, a expectativa de evolução ou a melhora) . .
“Diante da desintegração, do caos, da falta de perspectiva do paciente, o analista sonha por ele, anseia pelo que está por vir, projeta tempos melhores.”
Não por sermos ingênuos, inocentes ou otimistas demais mas porque nos inspiramos na mãe comum, no cuidador primordial, que cuidam e recebem o bebê, recém chegado ao mundo.
Eles que enxergam ali, no corpinho vivo, ainda não-integrado, a pessoa que está por vir. Chamam-o por nome próprio, antes mesmo que os ouvidos estejam acostumados com as palavras; reconhecem o corpo unitário antes mesmo que ele tenha sido apropriado de forma pessoal, antes mesmo de cabeça, tronco e membros tornarem-se unidade imantadas por um EU, EU SOU!
É o adulto cuidador, que nos enxerga gente antes mesmo de nos tornarmos uma e com isso nos permite ser!
(Sorte daqueles que esbarram com olhar integrador pelo caminho, por tê-los tido, podem Ser!)
Por isso, nós analistas sustentamos não só os cuidados, o manejo, os limites do setting mas também a expectativa de integração, apoiados que estamos pela teoria do amadurecimento e pela tendência à integração.
Vislumbramos gente, integrada, mesmo quando que se apresenta é caos , transtorno e perturbação.
Lembretes valiosos, direto do Diário Clínico (ou notas pós supervisão!)